sábado, 19 de fevereiro de 2011

Trejeitos do Instrumento

De onde vem essa paz, que me envolve por inteiro, quando sinto suas curvas violão?

Todo dia te escuto, com aquele teu primeiro som que ressona no ouvido.
E já sei se te dou grave ou agudo, com aquele ar de quem tinha esquecido.
Me ensina a falar calado esses teus dizeres que vibram no ar.
Contigo grito sem voz, coisas que a alma queria falar.
Senta ao meu lado, me dá companhia nessa tarde que chove.
Vê meu estado, se altera, comove.
Completa minha frase, caleja meus dedos.
Me olha de canto, cala meus medos.
Puxa aquele tom que eu me atrevo a cantar.
Me dá compasso, me acompanha até a canção acabar.
Disfarça minha voz baixa, dá encaixe pro verso.
Imagino a batida da caixa, com os olhos fechados, imerso.
Quebra o som, se abafa aos poucos.
Deixa um sonho bom aos que sentem-se ocos.
Te ponho no canto e, enquanto lembro daquele nosso último solo...
Logo vejo que sinto sua falta quando te tiro do colo.

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